Kiseijuu Uma ótima adaptação para filme em live action
Quando eu assisti o anime Kiseij?, achei bacana pra caramba, pois parecia ser um anime "normal", na dose certa, sem forçar muito pra fórmula pronta que tantos animes insistem em reutilizar mas sem ser uma obra que amei do fundo do meu coração. Ou seja, é algo que no fim achei que é como a maioria dos animes deveriam ser, satisfatórios. Não precisa ser genial, mas só o fato de ser agradável já vale muito. E acabei me surpreendendo com a versão em live action, que eu pensei que seria uma verdadeira desgraça.
O negócio é, depois que eu assisti a versão em live action de Attack on Titan, fiquei com uma verdadeira cara feia pra filme japonês baseado em anime. Então como não demorou muito para eu dar uma conferida em Kiseijuu, ainda fiquei com essa sensação e fui ver a coisa de cara feia. Mas à medida que foi passando, vi que é um filme feito com seriedade e acabei terminando com a mesma sensação do anime. Não foi a melhor coisa que já vi, mas me deixou satisfeito.
Pra quem não conhece, Kiseijuu foi lançado inicialmente como mangá em 1988, no resto do mundo é conhecido pelo nome de Parasyte, e inclusive é publicado no Brasil. No final de 2014 ganhou uma adaptação para anime, que popularizou bastante a coisa e na mesma época saiu o filme em live action no Japão (Sabe-se lá o motivo dessa explosão de popularidade em algo tão antigo).
A história apresenta uma série de parasitas que surgiram de algum lugar desconhecido e entraram no corpo de pessoas aleatórias, se movendo até a cabeça e a consumindo completamente, assumindo a mesma forma, mas podendo se deformar do jeito que quiser, tipo em O Enigma do Outro Mundo, com a diferença de que só a cabeça é transformada, o resto do corpo continua intocado. Mas um parasita acaba sendo impedido de passar por todo o percurso quando o jovem Izumi Shinichi bloqueia o braço, graças a isso a criatura assume o controle da mão dele, passando a ficar cada vez mais inteligente.
O que eu mais gostei no filme foi a forma sólida que os caras levaram a coisa. Não precisaram ficar tacando purpurina com coisinha nova e tentando enperequitar o bagulho. Só fizeram e pronto, a adaptação não mostrar tudo do anime, mas cortaram coisas de uma maneira boa, mantendo o principal e modificando de uma forma sutil.
Eu sei bem que tem perguntas como "Por que não colocaram um cachorro como primeiro encontro do protagonista e sim uma pessoa?". Mas a verdade é que não faz uma real diferença e na produção de um filme tem problemas técnicos, não dá pra parar o filme e falarem "Olha, trocamos o cachorro por uma pessoa porque..." e aí falar tudo, então apenas trocam e é isso, não é grande coisa, algo que mude a história nem anda, acho que esses detalhes pequeninos dá pra engolir se você não for um fã chatão.
Mas ainda assim achei a adaptação realmente boa, tive que me esforçar um pouco pra lembrar quais foram as cenas cortadas e no fim acabei com a sensação de que mostraram tudo. Sendo assim creio que é uma adaptação muito bem feita, até porque a obra foi dividida em dois longa metragens de duas horas de duração e você nota que a história vai evoluindo, a vida do personagem mudando e tal. Não é como Attack on Titan que a sensação é que quase não muda nada do começo ao fim.
Por mais que eu tenha achado a cara do protagonista enjoadinha pra cacete, eu gostei da atuação dos personagens em geral. Não é um espetáculo nem nada, mas só o fato de não ter o tempo todo aquela tosqueira e gritaria tão comum em filme japonês com expressões exageradas pra caramba já deu um toque de seriedade muito bom.
Quanto a efeitos especiais, achei fracos, mas não verdadeiras desgraças, apenas dá pra notar que as coisas são feitas em CG, mas filmes japoneses nunca foram destaques por bons efeitos especiais né? Mesmo sendo um país com tecnologia absurda, as produções cinematográficas sempre passaram aquela carinha de "Foi uma galera do youtube que fez isso aí...".
Enfim, tá aí um filme que acho que pode valer a pena dar uma olhada, mas recomendo só ver ao menos um ano depois de ter assistido o anime, isso porque a sensação é tão parecida ao ver os dois que acredito que pode passar aquele climinha de estar vendo coisa repetida e você pode perder a oportunidade de gostar bem mais. Fica a dica!
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